Pesquisa revela que 58% dos funcionários fingem trabalhar regularmente, prática chamada de ghostworking. Isso reflete a desconexão entre trabalhadores e ambiente corporativo, prejudicando o engajamento e produtividade.
Você já ouviu falar em ghostworking? Esta prática, onde funcionários fingem estar ocupados sem realizar tarefas reais, pode estar presente em mais da metade dos ambientes de trabalho. Entender esse comportamento ajuda a refletir sobre o engajamento e a cultura da sua empresa.
O que é ghostworking e suas práticas comuns
Ghostworking é quando funcionários fingem estar trabalhando, mas na verdade não realizam tarefas produtivas. Isso pode acontecer em escritórios ou no trabalho remoto.
Muitas pessoas andam pelo local com um bloco de notas para parecerem ocupadas. Outras digitam no teclado, mas sem fazer nada importante.
Alguns ainda fingem estar em chamadas telefônicas para parecerem dedicados. Alguns até criam reuniões falsas para justificar a ausência de trabalho real.
Uma pesquisa recente mostrou que mais da metade dos trabalhadores fazem isso regularmente, e cerca de um terço admite que faz às vezes.
O fenômeno está ligado a uma falta de conexão entre os funcionários e o ambiente de trabalho, mostrando que o deslocamento entre o que se espera e o que realmente acontece pode causar desengajamento.
Dados da pesquisa Resume Now sobre ghostworking
Uma pesquisa do serviço Resume Now revelou dados surpreendentes sobre o ghostworking. Segundo o estudo, 58% dos funcionários admitem fingir que estão trabalhando regularmente.
Além disso, 34% disseram que fazem isso de vez em quando. Ou seja, a maioria dos trabalhadores reconhece que pelo menos ocasionalmente finge estar ocupado.
Entre as táticas mais comuns estão andar pelo escritório com um bloco de notas para parecerem empenhados, e digitar no teclado sem fazer nada relevante.
Outros fingem estar em chamadas telefônicas, e até criam reuniões falsas para justificar a falta de tarefas reais.
A pesquisa mostra que o ghostworking acontece tanto no trabalho remoto quanto no presencial, com 47% admitindo perder mais tempo em casa e 37% na empresa.
Isso indica que o problema vai além do local e está mais ligado à forma como os funcionários se sentem observados e desmotivados.
Impacto da falta de engajamento no ambiente de trabalho
A falta de engajamento no trabalho pode causar muitos problemas para as empresas. Quando os funcionários não se sentem motivados, eles tendem a fingir estar ocupados, como mostra o fenômeno do ghostworking.
Isso gera prejuízos não só na produtividade, mas também no clima da empresa. Pessoas desmotivadas costumam colaborar menos e criar um ambiente menos agradável.
Pesquisas indicam que muitos trabalhadores até fingem estar em reuniões ou digitando, só para não parecer que estão desocupados.
Esse comportamento pode causar um efeito dominó, levando a uma queda geral na qualidade do trabalho e no comprometimento com os objetivos da empresa.
Além disso, o controle excessivo por parte dos gestores pode piorar o cenário, pois os funcionários se sentem pouco confiáveis e menos engajados.
Investir em uma cultura de confiança e propósito pode ajudar a reduzir essas atitudes e trazer melhores resultados para o time.
Diferenças entre trabalho remoto e presencial no fenômeno
A pesquisa revelou que o ghostworking acontece tanto no trabalho remoto quanto no presencial, mas de formas diferentes. Quase metade dos funcionários disseram que perdem mais tempo trabalhando de casa.
Por outro lado, 37% afirmam que desperdiçam mais tempo no escritório. Isso mostra que o problema não está apenas no local, mas em como os trabalhadores se sentem.
Quando estão em casa, muitos aproveitam para fazer pausas mais longas ou se distrair, já no escritório, fingem estar ocupados para não chamar atenção.
Esse fenômeno está ligado à sensação de serem observados o tempo todo. Muitos gestores insistem em controlar demais o funcionário, o que nem sempre funciona.
Esse controle excessivo pode diminuir o engajamento e aumentar o número de pessoas que fingem estar ocupadas. Os funcionários precisam sentir confiança para trabalhar de forma produtiva.
Como a cultura empresarial pode influenciar o ghostworking
A cultura empresarial tem grande papel no fenômeno do ghostworking. Quando a empresa foca muito em controle e pouco em confiança, os funcionários tendem a fingir que estão ocupados.
Gestores que priorizam o “face time” — a necessidade de estar visível na equipe — podem acabar aumentando essa falsa sensação de produtividade.
Isso cria um ambiente onde o trabalhador não se sente motivado a se engajar de verdade. Ele prefere apenas parecer ativo para evitar críticas.
Por outro lado, ambientes com cultura de confiança e propósito fazem os funcionários se sentirem valorizados. Assim, eles tendem a trabalhar de forma mais autêntica.
Empresas que investem em comunicação clara e no desenvolvimento dos seus colaboradores evitam o comportamento de fingir trabalho.
Essa mudança cultural é essencial para melhorar o engajamento e reduzir o ghostworking, promovendo mais produtividade verdadeira.
Calebe Santos é um jornalista experiente, com mais de 15 anos de atuação cobrindo temas como empreendedorismo, estratégias de vendas, inovação e comportamento de consumo. Ao longo de sua carreira, desenvolveu um olhar atento para os movimentos do mercado e tornou-se referência em traduzir pautas complexas do mundo dos negócios para uma linguagem clara, acessível e relevante.